Ensaio sobre o localismo na Ilha de Santa Catarina
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O texto a seguir, colaboração do fiel leitor Edu Faria, tinha como destino uma revista. Mas, como não foi aprovado, acabou aqui, no Blog do Pierre, espaço aberto para os pouco talentosos.
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Um dos resultados do crescimento populacional em Florianópolis é o surgimento de um certo desconforto entre os surfistas nativos, assustados com a quantidade de gente a disputar ondas nas praias da Ilha. Assim, ao mesmo tempo em que existe uma comunidade no Orkut denominada “quero ir morar em Floripa”, existe outra composta basicamente por nativos da cidade, entitulada “Fora Haole”. Casos de violência já aconteceram e foram pauta da imprensa local e até do Jornal Nacional. Seria o localismo na Ilha de Santa Catarina assim tão assustador?
EM SANTA CATARINA, como em outros cantos do Brasil, as praias são públicas. Esta é a premissa básica que deve reger o comportamento de todos os que frequentam as beiras de mar deste Estado. Depois desta regra fundamental e oficial, existem outras não menos oficiais que também regulam o comportamento dos praieiros.
Para os que preferem embarcar, a Marinha mantém para todo o litoral brasileiro várias normas de circulação de barcos, lanchas, jetskis, canoas e tal. São exigidos registros, documentação, autorizações, enfim, uma burocraciazinha básica. Aqueles que vão pescar também precisam seguir uma série de códigos que controlam desde horários e locais para se jogar linha e anzol, até o direito de deixar redes espalhadas pela costa. Não se pense que qualquer um pode sair mar a fora largando redes. A coisa não é tão simples.
Em algumas das praias mais concorridas de Florianópolis existem placas divulgando regras e horários para a prática de esportes de areia como o frescobol, o futebol e o vôlei. Não que os praticantes as obedeçam – eles gostam mesmo é da muvuca –, mas que elas existem, existem. De acordo com outra norma que a rapaziada não dá muita bola, animais de estimação são proibidos na areia mas, mesmo assim, esse pessoal que não tá nem aí sempre traz seus totós e lulus para tomar um sol e se refrescar. A lei está de olho até na menina que quer apenas um bronzeado: topless, por exemplo, é atentado ao pudor e dá até cadeia.
Com tantas leis e regras institucionalizadas controlando o que fazemos no litoral, é incrível que até hoje não se tenha qualquer norma que organize a prática do surf no Brasil. É impressionante que exista a preocupação com bolinhas de frescobol perdidas mas nenhuma apreensão com a principal atividade náutica praticada neste pais. Não que fossem necessários registros e números para as pranchas, nem arraiz (a carteira de motorista dos navegantes) para todos os surfistas mas certamente algumas regrinhas de conduta, de convivência e de limites seriam bem vindas.
Tanto são necessárias que, na falta dos oficiais, os próprios surfistas vêm, há décadas, criando, implementando e seguindo – ou, em muitos casos, impondo – os seus próprios códigos de conduta para a atividade, códigos estes que, segundo eles, seriam universais, imprescindíveis e todos que se jogam com uma prancha sobre as ondas, sem exceção, têm que obedecer. Um exemplo: em algum momento da história do esporte, alguém disse que aquele que dropa mais dentro da onda tem o direito sobre ela. Outro que se aventurar na frente deste que tem a prioridade estará "rabeando" e, assim, quebrando uma destas regras naturais do surf. Quem surfa tem que conhecer esta lei, mesmo que ela não esteja escrita em nenhum lugar, mesmo que nenhum poder legislativo governamental a tenha decretado.
É em outro princípio deste código de cavalheiros que se fundamentam alguns nativos dos mais diversos surfspots ao redor do mundo quando decidem quem pode e quem não pode surfar as principais ondas de um lugar. O preceito é chamado de localismo e se resume em um ponto: os nativos têm prioridade sobre as ondas. Os haoles (termo havaiano que ajuda a evidenciar a internacionalidade da coisa) só podem, quando podem, pegar as sobras. E a quem infringir este regulamento caberá repreensão que, dependo da poder de reação do transgressor, poderá se transformar em um convite para se retirar da água ou da praia, poderá também se manifestar na forma de carros riscados, pneus furados, agressão generalizada e por aí vai.
Essas coisas independem do nível de desenvolvimento sócio-econômico do país onde acontecem e se equivalem em violência por todas as longitudes e latitudes do globo: no Havaí, faz tempo que os Black Trunk arrepiam na truculência. Na Austrália, recentemente, um surfista foi surrado covardemente por uma turba de locais só por ser brasileiro, e outro patrício, na Califórnia, precisou chamar a polícia para, pelo menos uma vez, poder entrar na água. O mais incrível é que tudo isso acontece à margem das leis do Estado. Trata-se de um poder paralelo, de um outro estado ou, ainda, da ausência dele.
Em Florianópolis a coisa não poderia ser diferente. Destino nas últimas décadas de migrantes oriundos de todo Brasil, principalmente gaúchos e paulistas – dentre eles muitos, mas muitos surfistas – a cidade convive hoje com a intensa especulação imobiliária, com a devastação ambiental e com a, digamos assim, total descaracterização sócio-cultural ou, em outras palavras (essa é a principal queixa dos nativos), o engolimento da cultura e da personalidade nativa (seja lá o que isso signifique) por outras alienígenas migrantes.
E dentro da água, naturalmente, a coisa também virou um inferno. Gritos, xingamentos, pessoas expulsas d’água, fatos que viraram manchetes na mídia local e até na de âmbito nacional. Apontou-se a existência de um movimento organizado intitulado “Fora Haole”, que abrigaria mais de 2 mil manés (como os nativos se intitulam) e que seria o responsável por esses atritos com surfistas visitantes, por estas rusgas com turistas que pegam onda.
A verdade é que o localismo praticado na Ilha de Santa Catarina teria a mesma intensidade – ou de repente é até mais brando – que o praticado em algumas praias do Rio de Janeiro, do litoral norte Paulista ou, mesmo, naquele institucionalizado na praia de Atalaia, em Navegantes, município próximo de Florianópolis, onde o fenômeno já virou tradição. O problema é que estes casos mais exacerbados a despontar na ilha contrastam com a presença de Floripa nas páginas de todos os cadernos de viagens nacionais e até nos do New York Times, destoam da imagem de qualidade de vida e segurança que a cidade divulga proporcionar a seus habitantes e turistas, não batem com a visão idílica do lugar e de seus manés tão hospitaleiros. Mesmo que os conflitos sejam pontuais, mesmo que a coisa não seja assim tão feia, a impressão que a mídia não especializada tem, ao ouvir relatos de um ou dois episódios violentos, é que há algo errado no paraíso.
“Começamos a ver pela cidade um monte de carros com o adesivo ‘SOS PRAIA MOLE’ e notamos que quase todos tinham placas de São Paulo ou do Rio Grande do Sul. Aí, para zoar, fizemos uns 50 adesivos com a inscrição ‘SOS FORA HAOLE’, que até rimava”, lembra Alexandre Veiga, 33, surfista há 28 anos e ex-presidente da Associação de Surf da Joaquina. “Sem querer, lançamos uma idéia que fugiu completamente do controle”, lamenta Veiga. Não que o localismo não existisse antes dos famigerados adesivos. Para Alexandre Fontes, 46, vereador em Florianópolis, presidente da Federação Catarinense de Surf e praticante do esporte desde 1973, “desde que comecei a surfar, existe localismo na Ilha. Mas, como éramos poucos a praticar o esporte por aqui, nos víamos como locais de toda a cidade. Hoje, neguinho é local do Campeche, do Matadeiro, da Brava. Houve uma fragmentação”. Para Fontes, se os conflitos aumentaram, são fruto da explosão do número de surfistas nas águas ilhôas. “Há localismo por aqui como há em qualquer outro lugar do mundo onde tem ondas e surfistas. Infelizmente, isso é inevitável. Mas não existe nem nunca existiu qualquer movimento Fora Haole. Isso é pura ficção”, esclarece o presidente da Fecasurf.
Bita Pereira, 44, surfista há mais de 20 anos e vice-prefeito de Florianópolis, nunca teve problemas com locais nervosos em qualquer praia da Ilha. Credita o fenômeno ao instinto natural que o surfista tem de preservar para si a sua praia mas diz não entender nem tolerar a violência. “Não concordo com o localismo, mas o compreendo”, explica Bita.
O difícil é explicar
A coisa desabou mesmo na imprensa quando algum repórter se interessou pelo assunto e os surfistas locais tentaram explicar o que acontece. Foi aí que a porca torceu o rabo: como esclarecer a esta mídia leiga que as normas a reger o relacionamento entre surfistas são próprias e diferentes daquelas que regulam o restante das atividades humanas? Como dizer que as regras do surf transcendem às do Estado? Como alegar que quem dita as leis na hora de se ir pegar ondas são os próprios surfistas e que quem fiscaliza a sua correta aplicação também são os mesmos? Ninguém entendeu nada e os fatos foram recebidos pelos não surfistas como simples agressão a turistas, como uma ofensa a vocação turística da cidade, como pura xenofobia e como caso de polícia.
É claro que alguns lances mais violentos são realmente casos para os policiais. São episódios que, quando inquiridos a fundo, revelam-se, muitas vezes, pouco conectados com o surf. O esporte, nestes momentos, passa a ser pretexto para as mais diversas rixas pessoais e brigas de gangues, para atos de narcisismo daquele brigão de todas as horas e para que os mais variados recalques, inseguranças e desvios de conduta de alguns – quase sempre os mesmos – sejam desaguados. Tanto é que, de acordo com investigadores do 10º Departamento de Polícia da Lagoa, que tem na sua jurisdição as praias da Joaquina e Mole, faz tempo que não se atende a reclamações envolvendo altercações entre surfistas nas praias de sua alçada. Segundo estes policiais, já houve ocorrências, obviamente, mas não existe, hoje, qualquer sinal de que elas venham crescendo em número.
Locais versus haoles: quem é quem na Ilha de Santa Catarina
A maior dificuldade de quem tenta entender o localismo em Floripa é a definição de haole. Chega a ser engraçado porque é quase impossível caracterizá-lo. Há haoles que, depois de um curto espaço de tempo em uma praia, já se definem locais dela e passam a agir como tal. Ao mesmo tempo, há nativos que, dependendo da sua forma de agir – se pouco relacionado socialmente ou se mantém tretas com outros locais –, passam automaticamente a serem considerados haoles. Pessoas de uma praia podem ser haoles na outra que fica apenas cinco quilômetros distante. Mas na concepção dos surfistas manés, haoles mesmo, sem qualquer dúvida, são aqueles de outros estados que chegam na água falando alto e com fortes sotaques de suas regiões. Estes são os genuínos.
Nos últimos anos o termo tem até saltado do universo do surf e passado a fazer parte do vocabulário de outros setores. Daí que qualquer forasteiro, mesmo aquele que nunca tocou numa prancha de surf, já é considerado haole até por não-surfistas. Por sorte, apesar de haver um certo “orgulho mané” no ar, a xenofobia ainda não está muito difundida pela Ilha.
Localismo versus Turismo: contra-senso
Nada parece mais antagônico do que os termos localismo e turismo. Foi por isso que os mais incomodados com a atenção dada pela mídia à falta de hospitalidade dos surfistas locais em Florianópolis foram aqueles que dependem dos turistas para viver. Um dono de hotel na Joaquina reclamou já ter ouvido muitas queixas de hóspedes surfistas. “Até me chamam para acompanhá-los à praia e interceder junto aos locais”, conta o hoteleiro. Para ele, é óbvio que o localismo não é nada bom para os seus negócios e é, sim, caso de polícia.
Não há qualquer estudo que determine o percentual de surfistas entre todos os turistas que visitam Floripa anualmente e, por isso, é impossível taxar o impacto do humor dos surfistas nativos sobre as atividades turísticas na Ilha. Mas se pode comparar: o Havaí é um dos pontos do planeta que mais atrai turistas. São ilhas que vivem exclusivamente dos visitantes que conseguem atrair. Ao mesmo tempo, aquele estado americano é também o lugar no mundo onde o localismo no surf está mais enraizado. Lá, a coisa é tão tradicional quanto dançar o hula.
Saídas
Já dizia aquele cientista famoso: “pense globalmente, aja localmente”. Quando realizamos a primeira parte da frase, quando refletimos em termos mundiais, concluímos que parece não haver solução para o localismo, uma vez que mesmo nos países mais desenvolvidos, aqueles que contam com as polícias mais modernas e eficazes, as expulsões d’água e a pancadaria continuam correndo soltas. No entanto, a Ilha de Santa Catarina tem quem pense localmente e arrisque palpites. Para Alexandre Veiga, o homem dos famigerados adesivos “SOS Fora Haole”, os forasteiros precisam tentar entender o nativo, o seu jeito de ser, sua forma de agir e pensar, ao invés de tentar impor as suas próprias maneiras. “Nós, nativos, só queremos paz, mas isso não quer dizer que o forasteiro pode vir para cá pensando ser superior”, reitera Veiga. Já o vice-prefeito Bita Pereira esclarece que “os nativos de Florianópolis são naturalmente hospitaleiros e basta que o surfista visitante tenha bom senso e simpatia para que se sinta à vontade em qualquer praia da Ilha”.
“O surf não tem um espaço definido, não há quadras esportivas para ele e tampouco pistas apropriadas. Daí vem a dificuldade em controlá-lo. É, com certeza, um dos esportes mais livres que existe”, poderá Xandi Fontes, da Fecasurf. Para ele, somente a razão, o respeito e a calma podem, se não erradicar, pelo menos diminuir bastante os conflitos. “O surf é um dos esportes mais bonitos e, certamente, o mais democrático de todos. Por isso não combina nem um pouco com violência”, declara.
O texto a seguir, colaboração do fiel leitor Edu Faria, tinha como destino uma revista. Mas, como não foi aprovado, acabou aqui, no Blog do Pierre, espaço aberto para os pouco talentosos.
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Um dos resultados do crescimento populacional em Florianópolis é o surgimento de um certo desconforto entre os surfistas nativos, assustados com a quantidade de gente a disputar ondas nas praias da Ilha. Assim, ao mesmo tempo em que existe uma comunidade no Orkut denominada “quero ir morar em Floripa”, existe outra composta basicamente por nativos da cidade, entitulada “Fora Haole”. Casos de violência já aconteceram e foram pauta da imprensa local e até do Jornal Nacional. Seria o localismo na Ilha de Santa Catarina assim tão assustador?
EM SANTA CATARINA, como em outros cantos do Brasil, as praias são públicas. Esta é a premissa básica que deve reger o comportamento de todos os que frequentam as beiras de mar deste Estado. Depois desta regra fundamental e oficial, existem outras não menos oficiais que também regulam o comportamento dos praieiros.
Para os que preferem embarcar, a Marinha mantém para todo o litoral brasileiro várias normas de circulação de barcos, lanchas, jetskis, canoas e tal. São exigidos registros, documentação, autorizações, enfim, uma burocraciazinha básica. Aqueles que vão pescar também precisam seguir uma série de códigos que controlam desde horários e locais para se jogar linha e anzol, até o direito de deixar redes espalhadas pela costa. Não se pense que qualquer um pode sair mar a fora largando redes. A coisa não é tão simples.
Em algumas das praias mais concorridas de Florianópolis existem placas divulgando regras e horários para a prática de esportes de areia como o frescobol, o futebol e o vôlei. Não que os praticantes as obedeçam – eles gostam mesmo é da muvuca –, mas que elas existem, existem. De acordo com outra norma que a rapaziada não dá muita bola, animais de estimação são proibidos na areia mas, mesmo assim, esse pessoal que não tá nem aí sempre traz seus totós e lulus para tomar um sol e se refrescar. A lei está de olho até na menina que quer apenas um bronzeado: topless, por exemplo, é atentado ao pudor e dá até cadeia.
Com tantas leis e regras institucionalizadas controlando o que fazemos no litoral, é incrível que até hoje não se tenha qualquer norma que organize a prática do surf no Brasil. É impressionante que exista a preocupação com bolinhas de frescobol perdidas mas nenhuma apreensão com a principal atividade náutica praticada neste pais. Não que fossem necessários registros e números para as pranchas, nem arraiz (a carteira de motorista dos navegantes) para todos os surfistas mas certamente algumas regrinhas de conduta, de convivência e de limites seriam bem vindas.
Tanto são necessárias que, na falta dos oficiais, os próprios surfistas vêm, há décadas, criando, implementando e seguindo – ou, em muitos casos, impondo – os seus próprios códigos de conduta para a atividade, códigos estes que, segundo eles, seriam universais, imprescindíveis e todos que se jogam com uma prancha sobre as ondas, sem exceção, têm que obedecer. Um exemplo: em algum momento da história do esporte, alguém disse que aquele que dropa mais dentro da onda tem o direito sobre ela. Outro que se aventurar na frente deste que tem a prioridade estará "rabeando" e, assim, quebrando uma destas regras naturais do surf. Quem surfa tem que conhecer esta lei, mesmo que ela não esteja escrita em nenhum lugar, mesmo que nenhum poder legislativo governamental a tenha decretado.
É em outro princípio deste código de cavalheiros que se fundamentam alguns nativos dos mais diversos surfspots ao redor do mundo quando decidem quem pode e quem não pode surfar as principais ondas de um lugar. O preceito é chamado de localismo e se resume em um ponto: os nativos têm prioridade sobre as ondas. Os haoles (termo havaiano que ajuda a evidenciar a internacionalidade da coisa) só podem, quando podem, pegar as sobras. E a quem infringir este regulamento caberá repreensão que, dependo da poder de reação do transgressor, poderá se transformar em um convite para se retirar da água ou da praia, poderá também se manifestar na forma de carros riscados, pneus furados, agressão generalizada e por aí vai.
Essas coisas independem do nível de desenvolvimento sócio-econômico do país onde acontecem e se equivalem em violência por todas as longitudes e latitudes do globo: no Havaí, faz tempo que os Black Trunk arrepiam na truculência. Na Austrália, recentemente, um surfista foi surrado covardemente por uma turba de locais só por ser brasileiro, e outro patrício, na Califórnia, precisou chamar a polícia para, pelo menos uma vez, poder entrar na água. O mais incrível é que tudo isso acontece à margem das leis do Estado. Trata-se de um poder paralelo, de um outro estado ou, ainda, da ausência dele.
Em Florianópolis a coisa não poderia ser diferente. Destino nas últimas décadas de migrantes oriundos de todo Brasil, principalmente gaúchos e paulistas – dentre eles muitos, mas muitos surfistas – a cidade convive hoje com a intensa especulação imobiliária, com a devastação ambiental e com a, digamos assim, total descaracterização sócio-cultural ou, em outras palavras (essa é a principal queixa dos nativos), o engolimento da cultura e da personalidade nativa (seja lá o que isso signifique) por outras alienígenas migrantes.
E dentro da água, naturalmente, a coisa também virou um inferno. Gritos, xingamentos, pessoas expulsas d’água, fatos que viraram manchetes na mídia local e até na de âmbito nacional. Apontou-se a existência de um movimento organizado intitulado “Fora Haole”, que abrigaria mais de 2 mil manés (como os nativos se intitulam) e que seria o responsável por esses atritos com surfistas visitantes, por estas rusgas com turistas que pegam onda.
A verdade é que o localismo praticado na Ilha de Santa Catarina teria a mesma intensidade – ou de repente é até mais brando – que o praticado em algumas praias do Rio de Janeiro, do litoral norte Paulista ou, mesmo, naquele institucionalizado na praia de Atalaia, em Navegantes, município próximo de Florianópolis, onde o fenômeno já virou tradição. O problema é que estes casos mais exacerbados a despontar na ilha contrastam com a presença de Floripa nas páginas de todos os cadernos de viagens nacionais e até nos do New York Times, destoam da imagem de qualidade de vida e segurança que a cidade divulga proporcionar a seus habitantes e turistas, não batem com a visão idílica do lugar e de seus manés tão hospitaleiros. Mesmo que os conflitos sejam pontuais, mesmo que a coisa não seja assim tão feia, a impressão que a mídia não especializada tem, ao ouvir relatos de um ou dois episódios violentos, é que há algo errado no paraíso.
“Começamos a ver pela cidade um monte de carros com o adesivo ‘SOS PRAIA MOLE’ e notamos que quase todos tinham placas de São Paulo ou do Rio Grande do Sul. Aí, para zoar, fizemos uns 50 adesivos com a inscrição ‘SOS FORA HAOLE’, que até rimava”, lembra Alexandre Veiga, 33, surfista há 28 anos e ex-presidente da Associação de Surf da Joaquina. “Sem querer, lançamos uma idéia que fugiu completamente do controle”, lamenta Veiga. Não que o localismo não existisse antes dos famigerados adesivos. Para Alexandre Fontes, 46, vereador em Florianópolis, presidente da Federação Catarinense de Surf e praticante do esporte desde 1973, “desde que comecei a surfar, existe localismo na Ilha. Mas, como éramos poucos a praticar o esporte por aqui, nos víamos como locais de toda a cidade. Hoje, neguinho é local do Campeche, do Matadeiro, da Brava. Houve uma fragmentação”. Para Fontes, se os conflitos aumentaram, são fruto da explosão do número de surfistas nas águas ilhôas. “Há localismo por aqui como há em qualquer outro lugar do mundo onde tem ondas e surfistas. Infelizmente, isso é inevitável. Mas não existe nem nunca existiu qualquer movimento Fora Haole. Isso é pura ficção”, esclarece o presidente da Fecasurf.
Bita Pereira, 44, surfista há mais de 20 anos e vice-prefeito de Florianópolis, nunca teve problemas com locais nervosos em qualquer praia da Ilha. Credita o fenômeno ao instinto natural que o surfista tem de preservar para si a sua praia mas diz não entender nem tolerar a violência. “Não concordo com o localismo, mas o compreendo”, explica Bita.
O difícil é explicar
A coisa desabou mesmo na imprensa quando algum repórter se interessou pelo assunto e os surfistas locais tentaram explicar o que acontece. Foi aí que a porca torceu o rabo: como esclarecer a esta mídia leiga que as normas a reger o relacionamento entre surfistas são próprias e diferentes daquelas que regulam o restante das atividades humanas? Como dizer que as regras do surf transcendem às do Estado? Como alegar que quem dita as leis na hora de se ir pegar ondas são os próprios surfistas e que quem fiscaliza a sua correta aplicação também são os mesmos? Ninguém entendeu nada e os fatos foram recebidos pelos não surfistas como simples agressão a turistas, como uma ofensa a vocação turística da cidade, como pura xenofobia e como caso de polícia.
É claro que alguns lances mais violentos são realmente casos para os policiais. São episódios que, quando inquiridos a fundo, revelam-se, muitas vezes, pouco conectados com o surf. O esporte, nestes momentos, passa a ser pretexto para as mais diversas rixas pessoais e brigas de gangues, para atos de narcisismo daquele brigão de todas as horas e para que os mais variados recalques, inseguranças e desvios de conduta de alguns – quase sempre os mesmos – sejam desaguados. Tanto é que, de acordo com investigadores do 10º Departamento de Polícia da Lagoa, que tem na sua jurisdição as praias da Joaquina e Mole, faz tempo que não se atende a reclamações envolvendo altercações entre surfistas nas praias de sua alçada. Segundo estes policiais, já houve ocorrências, obviamente, mas não existe, hoje, qualquer sinal de que elas venham crescendo em número.
Locais versus haoles: quem é quem na Ilha de Santa Catarina
A maior dificuldade de quem tenta entender o localismo em Floripa é a definição de haole. Chega a ser engraçado porque é quase impossível caracterizá-lo. Há haoles que, depois de um curto espaço de tempo em uma praia, já se definem locais dela e passam a agir como tal. Ao mesmo tempo, há nativos que, dependendo da sua forma de agir – se pouco relacionado socialmente ou se mantém tretas com outros locais –, passam automaticamente a serem considerados haoles. Pessoas de uma praia podem ser haoles na outra que fica apenas cinco quilômetros distante. Mas na concepção dos surfistas manés, haoles mesmo, sem qualquer dúvida, são aqueles de outros estados que chegam na água falando alto e com fortes sotaques de suas regiões. Estes são os genuínos.
Nos últimos anos o termo tem até saltado do universo do surf e passado a fazer parte do vocabulário de outros setores. Daí que qualquer forasteiro, mesmo aquele que nunca tocou numa prancha de surf, já é considerado haole até por não-surfistas. Por sorte, apesar de haver um certo “orgulho mané” no ar, a xenofobia ainda não está muito difundida pela Ilha.
Localismo versus Turismo: contra-senso
Nada parece mais antagônico do que os termos localismo e turismo. Foi por isso que os mais incomodados com a atenção dada pela mídia à falta de hospitalidade dos surfistas locais em Florianópolis foram aqueles que dependem dos turistas para viver. Um dono de hotel na Joaquina reclamou já ter ouvido muitas queixas de hóspedes surfistas. “Até me chamam para acompanhá-los à praia e interceder junto aos locais”, conta o hoteleiro. Para ele, é óbvio que o localismo não é nada bom para os seus negócios e é, sim, caso de polícia.
Não há qualquer estudo que determine o percentual de surfistas entre todos os turistas que visitam Floripa anualmente e, por isso, é impossível taxar o impacto do humor dos surfistas nativos sobre as atividades turísticas na Ilha. Mas se pode comparar: o Havaí é um dos pontos do planeta que mais atrai turistas. São ilhas que vivem exclusivamente dos visitantes que conseguem atrair. Ao mesmo tempo, aquele estado americano é também o lugar no mundo onde o localismo no surf está mais enraizado. Lá, a coisa é tão tradicional quanto dançar o hula.
Saídas
Já dizia aquele cientista famoso: “pense globalmente, aja localmente”. Quando realizamos a primeira parte da frase, quando refletimos em termos mundiais, concluímos que parece não haver solução para o localismo, uma vez que mesmo nos países mais desenvolvidos, aqueles que contam com as polícias mais modernas e eficazes, as expulsões d’água e a pancadaria continuam correndo soltas. No entanto, a Ilha de Santa Catarina tem quem pense localmente e arrisque palpites. Para Alexandre Veiga, o homem dos famigerados adesivos “SOS Fora Haole”, os forasteiros precisam tentar entender o nativo, o seu jeito de ser, sua forma de agir e pensar, ao invés de tentar impor as suas próprias maneiras. “Nós, nativos, só queremos paz, mas isso não quer dizer que o forasteiro pode vir para cá pensando ser superior”, reitera Veiga. Já o vice-prefeito Bita Pereira esclarece que “os nativos de Florianópolis são naturalmente hospitaleiros e basta que o surfista visitante tenha bom senso e simpatia para que se sinta à vontade em qualquer praia da Ilha”.
“O surf não tem um espaço definido, não há quadras esportivas para ele e tampouco pistas apropriadas. Daí vem a dificuldade em controlá-lo. É, com certeza, um dos esportes mais livres que existe”, poderá Xandi Fontes, da Fecasurf. Para ele, somente a razão, o respeito e a calma podem, se não erradicar, pelo menos diminuir bastante os conflitos. “O surf é um dos esportes mais bonitos e, certamente, o mais democrático de todos. Por isso não combina nem um pouco com violência”, declara.
19 Comentários:
Doentes Mentais !
Acho que esse artigo está tendendo mais para o lado dos localistas. Acredito que esta prática é uma agressão a vários princípios constitucionais que defendem as liberdades individuais e coletivas bem como o artigo que define que todos são iguais perante a constiuição...para mim o Localismo é sim uma forma escancrada de xenofobia e barbárie!!!!
Nós,locais,estamos sufocados com toda essa invasão de forasteiros.Se não podemos controlar a entrada deles na nossa já não tão bela ilha,vamos fazer isso dentro d´água,podem ter certeza disso.Estamos cheios de gente de fora vir pra cá,morarem aqui e dizerem que amam seu estado natal com ar de superioridade.Acho que cada estado dafederação tinha que ter suas leis e sua autonomia,daí a coisa seria diferente.FORA HAOLES!!!
Enquanto os surfistas de Floripa estão dando apoio à prática do localismo, por causa de surfistas de outros Estados que querem praticar seus esportes, seja em na mole , joaca ou em qualquer outro lugar; e ainda usam adesivos: SOS FORA HAOLE. VCS DEVIAM É TIRAR OS BOIOLAS QUE INVADEM A MOLE E A GALHETA(e praticam atentado ao pudor) e parar de se preocupar com outro surfista que vem de outro estado. a Pratica do surf vem crescendo e ajudando vários setores da economia. Quantos manezinho estão ganhando dinheiro devido ao aumento de surfista em floripa?
O desenvolvimento das cidades , diga-se crescimento populacional está ocorrendo em todo mundo e segundo informaçoes de organizações mundiais isso irá acontecer até 2050, então meus amigos se preocupem com outra coisa pois o surf e a população mudial estão crescendo.
OBS. EU não pego onda,mas caso um dia eu resolver pegar e um idiota com neurônios a menos tentar me tirar de dentro d'água eu tiro ele da praia preso dentro de um carro da polícia, pois como disse o colega acima essa prática viola vários artigos da Contituição Federal.
Ótima ideia para o fim da p´ratica do localismo. Vejam só: Todos os surfistas que se consideram local de uma praia e fica revoltado com os surfista de outro lugar frequentado seu "pico" deveria só pegar onda nesse lugar e não frequentar e nem viajar para nenhum lugar do planetas atrás de ondas. Acho que falei tudo né, ponham-se no lugar de quem esta viajando. that's all!!!
a questão é o respeito, respeite e serás respeitado, mas pelo jeito, as pessoas que vem de fora, ainda não aprenderam a usa-lo, e continuam se achando superiores, defender a nossa cultura não é crime, já fui chamado na policia federal, e o inquerito foi arquivado, crime é difamar pessoas que defendem a sua cultura...pensem nisso antes de falarem besteiras...E sejam homens para assumir o que escrevem...
Engraçado, o Anônimo acima diz "sejam homens para assumir o que escrevem". Não é um contrasenso? Nem o nome ele revela!?!?!?!
Além disso, qual é a cultura que queres defender, anônimo, e de quem? Explique isso melhor. O que tem a tua cultura a ver com bater nas pessoas na praia? Que cultura? Defender a cultura, essa é boa.
Se intimidas alguém na praia, se bates nas pessoas, se arranhas carro, meu querido, teu lugar é na cadeia, seja lá de que cultura, de que tribo, de que planeta vens.
o seu cagalhão, não consegui postar meu nome, mas é Alexandre Veiga, tu deves é ser mais um haole de merda, tu aí defendendo a nossa cultura e tu não estas respeitando, então é assim que começa, xenofobia tua seu haole
deender a cultura da nossa ilha da nossa gente, tu com certeza é mais um haole que não sabe nada e fala besteira e não respeita os locais, venho do planeta floripa e tu deves vir de são paulo ou porto alegre, respeite para ser respeitado, nunca briguei com ninguém mais leve q eu, nunca arrenhei um carro, mas realmente, cada dia que passa vejo, como vcs são folgados... seu haole
Ô, meu quirido, qual é a parte da tua cultura – seja lá o que isso signifique – que é atingida quando alguém de fora pega onda na mesma praia em que estás surfando? Me conta, onde é que o boi de mamão é atingido quando um gaúcho está sentado na prancha lá fora, na paia mole? Explica pra nós, que veneno um paulista que surfa na joaquina vai botar no teu pirão de nylon?
O que tu dizes, Alexandre, não faz qualquer sentido. Se vocês brigam na praia (pode até ser que o "forasteiro" tenha mesmo feito alguma besteira) não tem nada a ver, nunca terá a ver, com cultura nenhuma.
Pensa, rapaz, tu estás em 2010. Tu escutas música do mundo todo. Tu vê programas televisivos do mundo todo. Tu poderias estar vivendo em qualquer lugar do planeta e o choque cultural seria mínimo.
Então, por favor, não me diz que entre um florianopolitano e um portoalegrense existe um abismo cultural porque isso não é verdade. Ambas cidades, por exemplo, foram colonizadas por Açorianos. Sim, de repente tu não sabes, mas Porto Alegre recebeu milhares de Açorianos da mesma leva que veio pra Santa Catarina.
Além do mais, todo o litoral Brasileiro tem praticamente a mesma "cultura", na forma de uma alimentação semelhante, um dialeto parecido, etc.
Me diz qual é a diferença de "cultura" que existe entre alguém do litoral paulista e um ilhéu de Florianópolis? Não vais saber responder, porque não existe. Ambos comem e falam as mesmas coisas e, em maio, vão para a praia pescar tainha.
Mas também, pelo jeito que escreves, com "cagalhão" pra cima e pra baixo e chamando os outros de haole (que é um termo haole, diga-se de passagem, da tua “cultura” é que não veio essa palavra) dá pra ver que discutir não é teu forte. Tens apenas uma vontade grande de bater no peito e gritar pra todo mundo: "Ei, gente de fora, eu nasci aqui, vocês não. Reconheçam isso em mim, deixem eu dizer pra vocês o que eu já fiz nessa cidade, o que eu conheço dela, os segredos, me valorizem por meus pais ou meus avós terem vindo pra cá".
Não sei, não, mas me parece um complexo de inferioridade gigantesco.
Não precisas disso.
meu querido, a cultura que me refiro é paz que existia, quando a ilha era habitada por pessoas que viviam em paz...onde todos se respeitavam: existem pessoas de fora que eu amo, pessoas daqui que eu não gosto, como vice versa, o que eu fico chocado é que vcs ainda ensistem em discutir...
já fiquei algum tempo: em bali, peru, California, mas nunca quiz, colocar um ctg lá e dar palpite no modo de vida deles, simplismente respeitei, fiquei amigo dos locais e sou bem vindo sempre...
entendes, respeito...
se voces fizessem o mesmo, agora não estaria aqui perdendo o meu tempo, para fazer tu entenderes o que estamos te falando...
sei que quem é local me entende, por que não tentas ser amigo dos locais, ao invés de ficar criticando...
a cultura é específica de cada local, tavés o dia que tu fores local, irás entender...
respeite, seja amigo e quem sabe um dia poderemos ficar em paz... (desculpe os chingamentos , pois teu nome está com apelido, da proxima vez identificique-se de verdade, e aí poderemos nos respeitar...)
Dizes "Sei que quem é local me entende". Eu não falei em nenhum momento que sou de fora nem que sou daqui. Simplesmente porque isso não interessa. Não tem essa de “quem é local me entende”. Isso não é questão de local/forasteiro, isso é questão de seriedade, de equilíbrio, de juízo e, especialmente, de maturidade. Tu me desculpa, Alexandre, mas não ponha todas as pessoas nascidas nessa cidade em um mesmo balaio de malucos. O que é isso, rapaz?
Afinal, a babaquice que faz um cara expulsar alguém da Ataláia é a mesmíssima que leva um “calção negro” a expulsar alguém de Pipeline. Os ignorantes que bateram no brasileiro lá na Austrália são só isso: ignorantes. O remédio para quem impede alguém de surfar em qualquer praia de San Diego é o mesmo que deve ser utilizado para acabar com as hostilizações contra visitantes no Campeche: polícia. Não tem, Alexandre, não há mais nada a fazer. Roubou? Cadeia, certo? Corrompeu? Cadeia, certo? Bateu em alguém na praia? Cadeia também.
Para tua surpresa, eu nasci em Florianópolis, assim como meus pais e meus avós. E meus “pentavós” provavelmente vieram para essa ilha nesses barcos que deixaram açorianos por todo o litoral do sul do Brasil, inclusive em POA.
E mesmo sendo daqui, mesmo indo à praia e pegando onda de vez em quando não entendo o que um CTG (que, resumindo, não passa de um grupo de pessoas vestidas com trajes engraçados que se reúne para cantar e dançar canções simplórias e aborrecidas) tem a ver com expulsar alguém da praia. Não entendo que palpite alguém de fora possa dar nas nossas vidas (estás falando no plural, na vida da cidade, da comunidade, opinião política, certo?) que nos faça ter vontade de bater nessa pessoa.
Falas de uma “paz que existia”, como se essa paz fosse exclusiva de Florianópolis. Como se nas outras cidades essa paz não existisse há 20, 30 anos.
Alexandre, bota isso na tua cabeça: um paulista, um carioca, um gaúcho, um pernambucano, um Lageano têm tanto direito às praias de Florianópolis quanto tu, quanto eu, quanto nossos filhos. São todos brasileiros, pô. Podemos, se topares, só por vingança, criar um boi de mamão lá em Alegrete. Será que eles nos expulsarão dos pampas por isso?
A única coisa que podes fazer, se alguém te incomodar em alguma das nossas praias, é chamar a polícia. Repara que precisa ser incômodo suficiente para trazer os “omi”. Não podes alegar que não gostas do sotaque e nem da voz alta dos forasteiros. Se ultrapassas esse direito, que é chamar a polícia se alguém te incomoda, estarás cruzando os limites da lei e, com isso, perdes a razão em qualquer discussão.
Alexandre, eles estão certos quando dizem: “os incomodados que se mudem”. Eles estão no país deles também.
Tá bom Chico, estás certo e eu errado, sou uma pessoa normal, nunca fiz mau p ninguém, tu é mais um que me rotula, eu to cansado...depois de 32 anos de surf, eu sei que não sei nada...nunca fiz covardia, só quero ficar em paz, não sou contra nínguém, como já falei, tenho vários amigos haoles, se é assim queres q eu os chame...só quero paz e respeito...sou contra brigas, contra botar neguinho p fora d´agua... sei q tem muitas pessoas q são piores q eu...valeu... paz, respeito para todos... valeu...abraço...
Valeu Chico, o mundo precisa de mais tolerância, respeito e maturidade.
Esses comentários localistas há muito me incomoda, parece que há pessoas que se sentem com mais direitos que outros pq nasceu aqui ou ali, por favor né! Em pleno século 21, com o mundo globalizado não cabe mais atitudes como essas.
Ah, e por favor né Alexandre, depois de tudo ainda vai choramingar dizendo que foi rotulado?
Só faltava!
Visitem Floripa, mas não esqueçam de ir embora!
Muito fácil:É só esse movimento exigir passaporte para se entrar na ilha e ver quantos dias a economia de Florianópolis se sustenta sem as pessoas de outros estados.
Localismo é covardia e ponto final. Nego fica inventando um monte de desculpas como respeito, amizade, desculturação da ilha, etc, para justificar os seus atos covardes. Quem quer respeito, precisa respeitar. A cultura da ilha é de responsabilidade dos ilhéus, e foram estes que a perderam, a maioria dos haoles quando chegaram já não conheceram cultura nenhuma. Culpar políticos e empresários que lucraram e muito com a propaganda de Florianópolis ninguém quer, não é? Votam sempre nos mesmos corruptos e babam ovo dos que enriqueceram com a especulação imobiliária e hoteleira. É bem mais fácil, apesar de ser burrice, descontar nos de haoles juntando a sua turminha na beira da praia.
FORA HAOLE !!!
Falta cultura para esses surfistas. E descobrir quem sustenta eles...que pode ter certeza que vai ter gaucho, paulista, carioca e talvez pouquíssimos "manezinhos"!!
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