Saudades do Ratinho.
Durante o primeiro episódio de “Boarding House: North Shore”, programa que passa semanalmente em um canal de TV aqui dos Estados Unidos - é, Pierre Alfredo está dando um tempo aqui nos estaites -, Sunny Garcia, um dos melhores surfistas profissionais da atualidade, por cismar que sua mulher estava sendo observada excessivamente por um cara em um bar, ameaçou arrebentá-lo. No segundo episódio, Sunny sentou a mão em um outro surfista na praia, também por achar que o rapaz olhava demais para a esposa. No terceiro episódio, Sr. Garcia tascou uma chapuletada no rosto de outro homem que discordou das suas idéias a respeito das regras dos campeonatos no Havaí.
Não entendi bem o sentido do programa, mas ele consiste basicamente em 7 surfistas profissionais (3 meninas), vivendo numa puta casa à beira-mar em Haleiwa e... só isso, eu acho. Não tem nada de “Big Brother” ou coisa assim porque há esposas convivendo, eles saem quando querem, vão às festas, campeonatos, pegam onda todo o dia inclusive. Então, o que resta do programa são as belas imagens das praias, dos biquinis americanos e das porradas do Garcia.
Se mostra também os campeonatos e se tenta criar uma certa emoçãozinha, um toque de torcida ou suspense, mas não dá. Campeonato de surf continua sendo a coisa mais sem graça que existe - quem leu as colunas anteriores, sabe que Pierre já pensa assim faz tempo. O próprio produtor do programa, Mark Burnett, o mesmo que inventou o Big Brother, disse no New York Times que competições de surf são difíceis de serem televisionadas por causa da sua estrutura. “Trata-se de um punhado de surfistas na água, ao mesmo tempo, sendo observados por alguns juizes que subjetivamente avaliam a desenvoltura dos competidores. Dessa forma é difícil julgar quem realmente ganhou ou perdeu. Esqui no gelo é muito mais fácil”, diz Burnett.
O mitológico Randy Rarick, que há décadas participa de alguma forma do circuito mundial de surf e é atualmente diretor executivo da Vans Triple Crown of Surfing - competição que aparece no programa -, diz, ainda no NY Times, que os surfistas podem até se interessar, mas a rapaziada em geral não suporta por muito tempo assistir surf televisionado. Enche o saco.
Mas Randy também pensa estar aí o segredo do sucesso que esse programa possa vir a ter (até agora não decolou, segundo o jornal): as pessoas podem não gostar de assistir surf, mas podem se interessar pelo que passa na cabeça dos surfistas.
Aí é que está o problema: os surfistas coadjuvantes quase nem falam e quando não estão surfando, estão dormindo, ou vendo as condições do mar em um dos três computadores que estão disponíveis ou, ainda, dançando na noite, bebendo, de roupa colorida, touca e aquelas caras de chapado. O protagonista é Sunny “Massaranduba” Garcia, rapaz caseiro mas que pelo menos dá porrada. Isso, entre os homens. As meninas nem consigo lembrar o que fazem, a não ser pelo surgimento de uma intriga entre elas que a televisão faz tudo para que os espectadores notem. Mas, Pierre tem certeza, ninguém repara. Tenta-se também apelar para um erotismo mas, para um público basicamente masculino, meninas de calção de surfista, camiseta e chinelo não inspiram nem o tarado da Costeira.
Chefes das grandes redes de televisão americanas têm observado que os esportes coletivos -
“team sports”, como eles dizem - vêm atraindo cada vez menos audiência nos Estados Unidos. A quantidade de telespectadores da faixa etária (18-34 anos) que, há alguns anos, não perdia por nada uma cesta da NBA, ou um “touch down” da National Football League, caiu em média 20% nos últimos 10 anos. E isso significa milhões e milhões de dólares a menos.
A saída, segundo estes executivos, pode estar nos esportes radicais, ou “youth-oriented sports”. No entanto, parece que estes, o surf principalmente, não atraem o público que não os pratica. E quem os faz prefere fazê-los a assisti-los na telinha.
Mas o que Pierre conclui disso tudo é que Sunny “Vô dá porrada” Garcia deveria passar uns tempos no Campeche ou na Joaquina, fazendo um estágio, dando uns cursos. Quem sabe ele esfria um pouco a cabeça.
Não entendi bem o sentido do programa, mas ele consiste basicamente em 7 surfistas profissionais (3 meninas), vivendo numa puta casa à beira-mar em Haleiwa e... só isso, eu acho. Não tem nada de “Big Brother” ou coisa assim porque há esposas convivendo, eles saem quando querem, vão às festas, campeonatos, pegam onda todo o dia inclusive. Então, o que resta do programa são as belas imagens das praias, dos biquinis americanos e das porradas do Garcia.
Se mostra também os campeonatos e se tenta criar uma certa emoçãozinha, um toque de torcida ou suspense, mas não dá. Campeonato de surf continua sendo a coisa mais sem graça que existe - quem leu as colunas anteriores, sabe que Pierre já pensa assim faz tempo. O próprio produtor do programa, Mark Burnett, o mesmo que inventou o Big Brother, disse no New York Times que competições de surf são difíceis de serem televisionadas por causa da sua estrutura. “Trata-se de um punhado de surfistas na água, ao mesmo tempo, sendo observados por alguns juizes que subjetivamente avaliam a desenvoltura dos competidores. Dessa forma é difícil julgar quem realmente ganhou ou perdeu. Esqui no gelo é muito mais fácil”, diz Burnett.
O mitológico Randy Rarick, que há décadas participa de alguma forma do circuito mundial de surf e é atualmente diretor executivo da Vans Triple Crown of Surfing - competição que aparece no programa -, diz, ainda no NY Times, que os surfistas podem até se interessar, mas a rapaziada em geral não suporta por muito tempo assistir surf televisionado. Enche o saco.
Mas Randy também pensa estar aí o segredo do sucesso que esse programa possa vir a ter (até agora não decolou, segundo o jornal): as pessoas podem não gostar de assistir surf, mas podem se interessar pelo que passa na cabeça dos surfistas.
Aí é que está o problema: os surfistas coadjuvantes quase nem falam e quando não estão surfando, estão dormindo, ou vendo as condições do mar em um dos três computadores que estão disponíveis ou, ainda, dançando na noite, bebendo, de roupa colorida, touca e aquelas caras de chapado. O protagonista é Sunny “Massaranduba” Garcia, rapaz caseiro mas que pelo menos dá porrada. Isso, entre os homens. As meninas nem consigo lembrar o que fazem, a não ser pelo surgimento de uma intriga entre elas que a televisão faz tudo para que os espectadores notem. Mas, Pierre tem certeza, ninguém repara. Tenta-se também apelar para um erotismo mas, para um público basicamente masculino, meninas de calção de surfista, camiseta e chinelo não inspiram nem o tarado da Costeira.
Chefes das grandes redes de televisão americanas têm observado que os esportes coletivos -
“team sports”, como eles dizem - vêm atraindo cada vez menos audiência nos Estados Unidos. A quantidade de telespectadores da faixa etária (18-34 anos) que, há alguns anos, não perdia por nada uma cesta da NBA, ou um “touch down” da National Football League, caiu em média 20% nos últimos 10 anos. E isso significa milhões e milhões de dólares a menos.
A saída, segundo estes executivos, pode estar nos esportes radicais, ou “youth-oriented sports”. No entanto, parece que estes, o surf principalmente, não atraem o público que não os pratica. E quem os faz prefere fazê-los a assisti-los na telinha.
Mas o que Pierre conclui disso tudo é que Sunny “Vô dá porrada” Garcia deveria passar uns tempos no Campeche ou na Joaquina, fazendo um estágio, dando uns cursos. Quem sabe ele esfria um pouco a cabeça.
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